Deputadas mostram faces da violência contra a mulher

Publicado em 25/02/2025 às 10:49

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ALES

Foto: Ellen Campanharo

Dois tipos de violência de gênero contra as mulheres geraram reflexões na tribuna da Assembleia durante a sessão ordinária desta segunda-feira (24): a tipificada no feminicídio e a violência política. O primeiro foi tema da deputada Janete de Sá (PSB), que repercutiu dois casos registrados neste final de semana no estado.

No primeiro, em Cariacica, uma jovem de 20 anos foi morta a facadas pelo ex-companheiro. Já no segundo, em Guarapari, uma mulher de 25 anos, voltando para casa de carro, foi encurralada e morta a tiros pelo ex-marido na garupa de uma moto. Em seguida ele cometeu suicídio. Destacando a crueldade de crimes provocados por homens que não aceitam a separação, Janete cobrou maior indignação da sociedade civil organizada, maior colaboração das igrejas, mais rigor na prisão, para a construção de uma nova cultura de respeito às mulheres.

“Querem continuar fazendo esse tipo de coisa contra a mulher, como não conseguem viver com elas, acabam tirando a vida. Duas jovens, duas meninas. Uma de 20, outra de 25 anos. (…) Foram vítimas do feminicídio, desse machismo arraigado que ainda insiste em ter no século 21”, lamentou.

“Que a gente se junte, se una, que a sociedade civil organizada, os Poderes constituídos, nós temos que fazer mais. Não é possível que com tanta lei rigorosa, tantos investimentos para poder reduzir os índices de violência e nós termos o janeiro mais sangrento que esse estado já viu. E agora? Já no meio de fevereiro com mais mortes. Só neste final de semana duas mortes, isso é inissível, temos que nos indignar, até quando vamos ver nossas mulheres sendo assassinadas por homens e ficarmos de braços cruzados?”, cobrou Janete de Sá.

Violência política

“Índices alarmantes”. No dia que se comemora 93 anos do voto feminino no Brasil, a deputada Camila Valadão (Psol) tratou da baixa representatividade feminina nos espaços de política e poder no país, e refletiu sobre a necessidade de olhar para as que já estão lá, garantindo que seus mandatos possam representar as mulheres “que aqui não estão”.

Camila citou a representação feminina no Plenário da Ales como exemplo da dificuldade de maior equidade entre os gêneros. “Nós somos quatro bravas deputadas, mas somos poucas, representando uma porcentagem pequena, levando em consideração que as mulheres representam mais de 52% do eleitorado no nosso país”. 

A deputada lembrou casos de câmaras municipais no ES e no país que não têm nenhuma vereadora. A representação nacional é reduzida, apenas 15% de todos os cargos eletivos no Brasil são ocupados por mulheres. Na última eleição municipal (2024) apenas 34% das candidaturas foram femininas, mesmo com a política de cotas, e o ES só teve 2 prefeitas, dentre 78 cadeiras, eleitas na última eleição.

“E quando chegamos aos espaços de poder nós somos vítimas de violência política de gênero. Eu senti na pele o que é na ocasião em que fui vereadora na cidade de Vitória. Sei quais são as estratégias para tentar nos retirar ou silenciar nesses espaços”.

A psolista explicou ainda que os movimentos por mais mulheres trabalham com a lógica de “uma mulher chega e puxa as outras”, por mais representação e respostas. 

“Não queremos ser únicas, não queremos ser raras, queremos mais mulheres aqui para que possamos disputar em condições de igualdade políticas públicas e investimentos para poder alterar a realidade das mulheres brasileiras (…). É com mais participação das mulheres que a gente consegue alterar esses tristes índices, como feminicídio e violência. Uma sociedade melhor para as mulheres é melhor para todo mundo”, defendeu. 

Fonte: ALES

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