Brasil é reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação, e Espírito Santo celebra conquista histórica
Publicado em 29/05/2025 às 11:39

A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) reconheceu oficialmente, nesta quinta-feira (29), em Paris, na França, todo o território brasileiro como livre da febre aftosa sem necessidade de vacinação. A decisão representa um marco importante na implementação do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PNEFA), conduzido no Espírito Santo pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) em parceria com outros membros da Equipe Gestora Estadual (EGE/ES).
A delegação capixaba presente ao evento contou com representantes do Idaf e do Fundo Emergencial de Promoção da Saúde Animal do Estado do Espírito Santo (Fepsa-ES).
O diretor-geral do Idaf, Leonardo Cunha Monteiro, celebrou o reconhecimento, destacando o trabalho realizado ao longo de mais de cinco décadas. “Essa conquista é fruto da dedicação de inúmeros profissionais e do compromisso dos produtores rurais com as medidas sanitárias. Desde o último registro da doença no Espírito Santo, em 1996, o Serviço Veterinário Oficial tem atuado com excelência, servindo como referência para outros estados. Agora, o desafio é manter esse status, valorizando ainda mais a pecuária capixaba”, afirmou.
Segundo o diretor técnico do Idaf, Eduardo Chagas, o novo status sanitário abre novas oportunidades para os produtores locais. “O Espírito Santo conta com um sistema de vigilância e controle sanitário sólido, construído com o apoio do setor produtivo. Isso fortalece o mercado de proteína animal e amplia as possibilidades de comercialização e renda. É essencial manter a união dos segmentos para garantir a continuidade desse avanço”, pontuou.
Já o gerente de defesa sanitária e inspeção animal do Idaf, Raoni Cezana Cipriano, reforçou a importância da vigilância constante. “Embora o reconhecimento seja um o significativo, a febre aftosa ainda existe em outras regiões. Precisamos manter a atenção redobrada. A participação ativa dos produtores na notificação de sintomas suspeitos e na atualização do cadastro de rebanhos é fundamental para garantir resposta rápida em caso de eventual foco”, alertou.
O presidente do Fepsa-ES, Neuzedino de Assis, ressaltou o papel decisivo do setor privado e das entidades representativas. “A atuação ágil e técnica do Fundo sempre foi essencial. Destaco a contribuição do médico-veterinário Antônio Carlos Souza, que dedicou mais de 50 anos ao combate à aftosa. É motivo de orgulho ter acompanhado de perto esse processo, com o apoio das instituições do setor e dos gestores que aram pelo Fepsa-ES”, destacou.
Linha do tempo da trajetória no Espírito Santo:
- 1971 – Criação do Grupo Executivo de Combate à Febre Aftosa (Gecofa)
- 1974 – Fundação da Empresa Espírito Santense de Pecuária (Emespe)
- 1996 – Estruturação do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf)
- 2022 – Última campanha de vacinação contra a febre aftosa no Estado
- 2025 – Reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação
Texto: Francine Castro/ Fonte: Idaf