Mont_Capixabas-Coluna_Diversidade 2-02

Coluna Diversidade

O Alto Custo da Desigualdade: Quem Paga São os Idosos e Pessoas com Deficiência

Publicado em 16/12/2024 às 14:26

Compartilhe

Marcel Carone

As recentes propostas do governo federal para alterar as regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas) representam um retrocesso alarmante nos direitos das pessoas com deficiência e idosos em situação de vulnerabilidade no Brasil.

Foto: Canva

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) garante um mínimo de renda a mais de 4,7 milhões de idosos e pessoas com deficiência, contribuindo para a inclusão social e a redução da desigualdade.

O aumento desenfreado das despesas públicas e a constante alta da carga tributária têm gerado grande insatisfação entre os brasileiros, que já enfrentam uma das mais pesadas pressões fiscais do mundo. A máquina pública parece seguir sem freios, enquanto as medidas de ajuste afetam diretamente a população mais vulnerável, pessoas com deficiência, idosos e a classe média, que arcam com o ônus de manter o funcionamento do governo.

Os dados mostram um crescimento expressivo das despesas do governo federal nos últimos anos. Entre salários, benefícios e gastos istrativos, os recursos consumidos pela União aumentaram significativamente. O governo justifica parte desse aumento com a necessidade de investimentos em programas sociais e infraestrutura, mas a falta de transparência em relação a gastos supérfluos ou luxuosos levanta questionamentos.

Paralelamente, a carga tributária no Brasil alcança patamares alarmantes. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a carga tributária brasileira já representa cerca de 33% do PIB, colocando o Brasil entre os países com maior arrecadação de impostos no mundo. No entanto, os serviços públicos oferecidos não acompanham essa alta, o que reforça a percepção de má gestão e desperdício de recursos.

Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, tem sido alvo de críticas por seu estilo de vida e viagens custeadas pelos cofres públicos. Desde que assumiu o posto de primeira-dama, Janja participou de diversas viagens oficiais ao lado do presidente, algumas das quais levantaram dúvidas sobre sua real necessidade. A participação dela em agendas internacionais e eventos de grande porte exige o custeio de deslocamentos, hospedagens e segurança, gerando gastos elevados que são pagos com recursos públicos.

Falta de Prioridades

Os gastos excessivos e ostentações com viagens e eventos contrastam com as dificuldades enfrentadas pela população brasileira. Em um momento em que ajustes fiscais são justificados com cortes em programas sociais e mudanças que dificultam o o a benefícios como o BPC, é inissível que o governo não demonstre contenção em suas próprias despesas.

Essa disparidade reforça a sensação de que há prioridades invertidas no governo. Enquanto a população trabalha duro para pagar impostos e sustentar o funcionamento do Estado, a elite política parece alheia à realidade do cidadão comum. Eventos como o “Janjapalooza” se tornam símbolos de um governo que, ao invés de cortar privilégios, escolhe impactar diretamente os mais vulneráveis.

O Brasil precisa urgentemente de uma gestão mais responsável e transparente dos recursos públicos. A contenção de despesas não deve ser feita às custas dos mais pobres, mas sim por meio de uma revisão de privilégios e da redução de gastos supérfluos. É necessário que o governo federal demonstre coerência entre seu discurso e suas ações, promovendo a austeridade em áreas onde o desperdício é evidente.

A indignação popular cresce à medida que a percepção de desigualdade se amplia. O povo brasileiro exige que o governo cumpra seu papel com seriedade, priorizando os interesses da maioria e eliminando o desperdício dos recursos públicos. Somente com responsabilidade fiscal e gestão ética será possível restaurar a confiança na istração federal.

O BPC e a Covardia do Governo Federal

As recentes propostas do governo federal para alterar as regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas) representam um retrocesso alarmante nos direitos das pessoas com deficiência e idosos em situação de vulnerabilidade no Brasil. Tais medidas, justificadas sob o pretexto de ajuste fiscal, desconsideram o impacto devastador que terão sobre a parcela mais frágil da população. A sociedade e parte da classe política brasileira estão demasiadamente preocupadas com o Projeto de Lei 4.614/2024, que sugere critérios mais rígidos para a concessão do BPC. Entre as mudanças, destaca-se a exigência de comprovação de incapacidade total para atividades básicas e para o trabalho, além da inclusão de rendas de familiares que não residem no mesmo domicílio no cálculo da renda per capita. Tais alterações contrariam a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que possui status de emenda constitucional no Brasil. O Benefício de Prestação Continuada (BPC) garante um mínimo de renda a mais de 4,7 milhões de idosos e pessoas com deficiência no Brasil, contribuindo para a inclusão social e a redução da desigualdade. Especialistas alertam que essas mudanças podem resultar em indeferimentos em massa de benefícios, aumentando a judicialização e sobrecarregando ainda mais o já lento sistema judiciário brasileiro. Além disso, a exigência de atualizações cadastrais frequentes e a obrigatoriedade de biometria para beneficiários, muitos dos quais residem em áreas remotas ou possuem dificuldades de locomoção, configuram barreiras adicionais ao o ao benefício.

Estudos acadêmicos demonstram que o BPC tem sido fundamental para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, proporcionando segurança de renda e o a bens básicos de alimentação, tratamentos de saúde e moradia. A restrição ao o a esse benefício não apenas amplia a vulnerabilidade socioeconômica dessas pessoas, mas também compromete sua autonomia e cidadania.

É inissível que, em nome de um suposto equilíbrio fiscal, o governo penalize justamente aqueles que mais necessitam de amparo estatal. As medidas propostas não apenas violam direitos fundamentais, mas também ignoram o papel essencial do BPC na redução da pobreza e na promoção da inclusão social.

A sociedade brasileira não pode permanecer inerte diante de tamanha injustiça. É dever do Congresso Nacional rejeitar essas propostas e que o governo reveja sua postura, priorizando políticas que promovam a dignidade e o bem-estar de todos os cidadãos, especialmente dos mais vulneráveis.

Marcel Andrade Carone – Jornalista, apresentador de TV, empresário, empreendedor social comprometido com a inclusão, embaixador da Vitória Down, idealizador da “Brigada 21” e do “Pelotão 21”.
É diplomado pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e comendador do 38° Batalhão de Infantaria do Exército Brasileiro.

Veja também

azeite-de-oliva

Governo alerta para marcas de azeite de oliva impróprias para consumo

drones agrículas

Uso de drones agrícolas cresce no Brasil após regulamentação

Lutadores capixabas

Lutadores do Espírito Santo buscam títulos no Brasileiro de Wrestling U15

Waste water treatment ponds from industrial plants

ARSP abre Consulta Pública sobre reajuste das tarifas de água e esgoto da Cesan

20240808_103637

Começa a temporada 2025 dos concursos de qualidade do café no Espírito Santo

2148285998

Mapa alerta para fraude em azeites de oliva e determina retirada de marcas do mercado

NIK_5478

A 6ª Cia Ind promove formatura do PROERD

lula6478

Parlamentares do Brics defendem comércio justo, regulação da IA e reforma da governança global

Últimos artigos de Coluna Diversidade