Produção de pimentão cresce 32,2% no Espírito Santo em 2024, impulsionada por preços e cultivo protegido
Publicado em 04/06/2025 às 09:04

A produção de pimentão no Espírito Santo registrou um crescimento expressivo de 32,2% em 2024, ando de 24.339 toneladas no ano anterior para 32.200 toneladas. O avanço acompanha a ampliação da área plantada, que saltou de 712 para 933 hectares, um aumento de 31%. A produtividade média se manteve estável, com leve alta, em torno de 34 toneladas por hectare.
Os dados constam na edição mais recente do Boletim da Conjuntura Agropecuária Capixaba, publicada em maio pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
De acordo com o extensionista Galderes Magalhães, dois fatores principais explicam o bom desempenho da cultura: a elevação dos preços pagos ao produtor e a crescente adoção do cultivo protegido.
Em 2024, o preço médio do quilo do pimentão foi de R$ 4,00, com pico de R$ 5,52 em abril. Em 2023, a média havia sido de R$ 3,30. Essa valorização animou os agricultores, que aram a investir mais, especialmente em tecnologias que aumentam a segurança e a previsibilidade da produção.
Uma das principais apostas nesse cenário é o cultivo protegido, feito em estufas. Essa técnica, difundida pelo Incaper por meio de ações de assistência técnica e extensão rural, tem reduzido significativamente a incidência de pragas e doenças.
“Com isso, há menor necessidade de defensivos, redução de custos e frutos com melhor qualidade e aparência. A proteção contra chuvas fortes e ventos intensos também torna a produção mais estável e rentável”, afirma Galderes, que coordena o Centro Regional de Desenvolvimento Rural Central Serrano do Incaper.
Embora o pimentão exija cuidados constantes com irrigação e manejo fitossanitário, o cultivo protegido tem se mostrado uma alternativa viável para produtores dispostos a investir em tecnologia. A possibilidade de colher ao longo de todo o ano, com apenas uma leve queda no inverno, garante maior regularidade de renda.
Santa Maria de Jetibá lidera produção
O município de Santa Maria de Jetibá é o maior produtor capixaba de pimentão, responsável por mais de 30% da produção estadual. Muitos produtores locais já adotam o cultivo protegido, como o agricultor João Adevaldo Bandeira.
“Antes eu plantava só em campo aberto. Era muito difícil, a gente perdia muita coisa por causa das pragas. Depois que comecei a usar estufa, tudo melhorou. Ainda tem desafios, mas o controle é maior, a perda é menor e a qualidade aumentou. No começo tem que investir, mas vale a pena”, relata.
Em 2023, o pimentão foi a sexta hortaliça com maior valor bruto de produção no Espírito Santo, somando R$ 104,7 milhões. O tipo mais cultivado é o verde, presente tanto em campo aberto quanto em estufas. Já os tipos amarelo e vermelho, mais sensíveis a doenças, são cultivados exclusivamente em ambientes protegidos.
“O crescimento da produção, aliado à valorização do produto, ao incentivo ao uso de tecnologias e à adoção de boas práticas agrícolas, reforça a expectativa de que o Espírito Santo continue se consolidando como um dos maiores produtores de pimentão do Brasil”, conclui Galderes Magalhães.
Recomendações técnicas básicas para o cultivo protegido de pimentão:
- Escolher um local adequado para instalação da estufa, com boa ventilação, luminosidade e o à água;
- Utilizar estruturas bem projetadas, adaptadas ao clima da região, com controle de temperatura e umidade;
- Adotar manejo integrado de pragas e doenças, com monitoramento constante e uso racional de insumos;
- Realizar fertirrigação equilibrada, com base em análise de solo e nas exigências da cultura;
- Utilizar mudas sadias e de boa procedência;
- Buscar capacitação e orientação técnica, principalmente nas primeiras safras.
Os produtores interessados em adotar esse sistema podem procurar os escritórios locais do Incaper em seus municípios para obter orientações, assistência técnica e apoio na implantação do cultivo protegido. A lista de endereços está disponível em: https://incaper.es.gov.br/agenda-de-contatos.
Fonte: Incaper